Durante
toda a Idade Média, a música profana fez parte da corte medieval.
Servia para dançar, para animar o jantar, para se ouvir. Era
indispensáveis em cerimônias civis, militares, feriados e outras
ocasiões festivas com danças folclóricas, e também para animar os
Cruzados quando partiam para a Terra Santa ou de júbilo, quando
regressavam das suas campanhas.
Os
jograis pertenciam à outra classe de músicos. Eles recitavam, cantavam,
tocavam, dançavam, faziam acrobacias e exibiam as habilidades de
animais domesticados. Iam de terra em terra e, com as suas diversões,
entretinham a nobreza e os ajuntamentos de pessoas nas praças públicas.
Eram vistos como vagabundos e viviam à margem da sociedade, mas eram
muito populares por trazerem as novidades e as notícias de outras
terras.
A
dança de roda é seguramente o tipo coreográfico mais difundido na
Europa e em todo o mundo. A sua simplicidade contribuiu decerto para
isso: os dançadores formam uma roda, intercalando os do sexo masculino
com os do feminino. Na fórmula mais difundida, dão as mãos uns aos
outros, virados para o centro do círculo, evoluindo a roda no sentido
contrário ao dos ponteiros do relógio. De vez em quando, nas ocasiões em
que a música o sugere, param e batem palmas, para de seguida retomarem o
movimento circular.
Além
da simplicidade, autores há que atribuem a sua divulgação ao valor
mágico do círculo e da evolução em círculo. Seja como for, a roda é a
mais primitiva forma de dança coletiva. O seu tipo medieval mais
conhecido é a carole, que era seguramente cantada pelos dançadores,
primeiro por um solista, a que respondiam depois todos os outros.
No
século XIV aparece entre os nobres, o Momo, um gênero de dança que
serviu como base do futuro ballet-teatro. Era uma espécie de Carolas
onde os participantes dançavam mascarados e disfarçados.
Nos
bailes de Momos dançava-se a Mourisca, uma dança importada dos árabes,
em ritmo binário, marcada por batidas dos pés ou, em caso de cansaço,
dos calcanhares. O movimento da coreografia era o seguinte: bate-se o
calcanhar direito (no chão) / bate-se o calcanhar esquerdo / bate-se os
dois calcanhares (um no outro) / suspiro. Na verdade, as partituras
indicam uma pausa no momento do suspiro. O momo tornou-se uma dança
espetáculo quando começou a ser dançado como atração entre os pratos de
um banquete.
Já
no final do século XV o momo estava estabelecido com firmeza nas cortes
de príncipes. Apresentava, então diversos elementos dos ballets de
corte (antecessores dos ballets de repertório), como dançarinos,
cantores, músicos, carros, efeitos de maquinaria; mas faltava-lhes a
"alma" do espetáculo: uma ação dramática coordenada e a diversidade das
danças, pois apenas dançavam a Carola e a Mourisca.
No final da Idade Média a dança e a música tornaram-se parte de todos os acontecimentos festivos.